Verba federal de prevenção de desastres é a menor em 14 anos

O orçamento do governo federal neste ano para prevenção e recuperação de desastres é o menor dos últimos 14 anos: R$ 1,17 bilhão. Esse dinheiro é usado para evitar tragédias como a do litoral norte de São Paulo, onde as fortes chuvas deixaram mais de 40 mortos e seis cidades em calamidade.

Os valores reservados para a gestão de riscos e desastres vêm caindo nos últimos anos. Em 2013, a cifra chegou a R$ 11,5 bilhões, atualizados pela inflação. Uma cifra dez vezes maior do que a disponível para este ano, segundo levantamento feito pela ONG Contas Abertas. Em 2010, início da série histórica, eram R$ 9,4 bilhões.

– Todo ano sabemos que esse problema vai acontecer, sabemos a época que vai acontecer e até mesmo os locais onde isso vai acontecer, mas acaba se repetindo – afirma o economista Gil Castello Branco, do Contas Abertas.

– Esse filme nós conhecemos bem. Após as tragédias, as autoridades sobrevoam as áreas atingidas e prometem recursos emergenciais, mas no ano seguinte os fatos voltam a se repetir – se queixou.

O próprio Gil Castello Branco é um dos atingidos pelas chuvas. Quando conversou com a reportagem, ele estava com a mulher, filhas e netos em Bertioga. O prédio onde estavam não tinha água, os elevadores pararam e a garagem inundou.

– Estamos tendo de comprar caminhões-pipa. Jamais imaginei que a situação fosse ser dessa dimensão – disse.

HISTÓRICO
Os temporais que atingiram a região se tornaram o maior fenômeno desse tipo na história do Brasil, de acordo com os registros do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). As chuvas que caíram no último sábado e domingo resultaram no acumulado de 682 milímetros em Bertioga e 626 mm em São Sebastião.

*AE

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