Pastor sobre PL2630: “Cristãos não poderão emitir opiniões fundamentadas na Bíblia”

Apelidado de PL da Censura pelos críticos, o Projeto de Lei 2630, ou simplesmente PL2630, continua sendo alvo de grande preocupação por parte de quem defende a liberdade religiosa, com o pastor e escritor Renato Vargens.

O líder religioso utilizou seu espaço em uma coluna editorial para fazer um alerta aos cristãos sobre o risco do PL2630 ser aprovado, muito embora a medida tenha saído da pauta de votação da Câmara dos Deputados no começo desta semana.

Segundo Vargens, “esse projeto prevê que o Poder Executivo crie um órgão para avaliar se as redes sociais estão cumprindo a lei, para investigar conteúdo, notificar usuários sobre infrações e para cumprir outras funções dentro das redes sociais.”

Desde que foi proposto pelo relator Orlando Silva, do Partido Comunista do Brasil, (PCdoB), o PL vem passando por uma série de alterações em seu texto, a fim de minimizar as críticas sobre risco de censura.

Ainda assim, os críticos se baseia em termos vagos do texto, como “desinformação” e “discurso de ódio”, “homofobia” ou mesmo “incitação à violência”, para argumentar que, se aprovado, o PL2630 poderá ser usado de forma ideologicamente enviesada, a fim de punir adversários pelo apontamento de crimes que não existem.

Seria o caso, por exemplo, de cristãos, especialmente pastores, que pregam contra a agenda LGBT+, condenada pela Bíblia Sagrada, assim como contra o movimento feminista, aborto e também contra o ensino de outras religiões, como as de matrizes africanas.

Em outras palavras, a pregação cristã fundamentada na livre interpretação da Bíblia sagrada poderá ser acusada de “discurso de ódio”, por exemplo, ou até mesmo de “incitação à violência” e “homofobia”, tornando pregadores e cristãos em geral, alvos em potencial da Justiça.

Liberdade em risco

Com base no raciocínio acima, Renato Vargens não tem dúvida de que “se esse PL for aprovado a liberdade será enclausurada. Digo mais, a liberdade religiosa será vilipendiada.”

“Cristãos não poderão mais emitir suas opiniões fundamentadas na Bíblia, ou mesmo expor o que pensam quanto a comportamentos, visto que os órgãos de censura em nome do politicamente correto o impedirão”, ressalta o pastor em seu artigo para o Pleno News.

“O Estado ganhará legitimidade para censurar tudo aquilo que não gosta, até mesmo assuntos relacionados a opinião de fé. Caros senhores, a esquerda fala em democracia, mas odeia liberdade de expressão”, completa. Veja também:

Jornalista diz que defesa da Bíblia contra PL da Censura é “interpretação bizarra”

A jornalista Daniela Lima, uma das âncoras da rede CNN Brasil, causou polêmica ao utilizar seu programa na emissora para sair em defesa do PL da censura, como foi apelidado o Projeto de Lei 2630/2020, fazendo para isso uma associação intelectualmente desonesta com determinados trechos da Bíblia sagrada.

Durante o seu programa, Lima fez referência a uma publicação do deputado federal Deltan Dallagnol, onde o mesmo alertou sobre o risco de alguns versículos da Bíblia serem censurados sob a alegação de incitação ao ódio, à violência e/ou à discriminação.

São passagens, por exemplo, que condenam a relação sexual homossexual, ensinam a submissão da mulher ao marido e defendem o castigo físico dos filhos desobedientes.

Nesse contexto, mas sem fazer qualquer explicação a respeito da exegese bíblica judaico-cristã quanto à diferença dos ensinos do Antigo e do Novo Testamentos em sentido prático, principalmente moral, devidamente contextualizados nas diferentes épocas, Daniela Lima fez o seguinte comparativo:

“SE VOCÊ SAIR DEFENDENDO NA RUA O QUE ESSES TRECHOS ESTÃO DIZENDO VOCÊ PODE SER PEGO POR RACISMO, HOMOFOBIA E ATÉ TAMBÉM SER ACUSADO DE ASSÉDIO OU TRATAMENTO MISÓGINO”.

Por esta fala específica da jornalista da CNN, portanto, onde também classificou de “interpretação bizarra” os que defendem a Bíblia contra o PL da Censura, internautas e autoridades políticas, como o senador Magno Malta, e o pastor Silas Malafaia, entenderam que Daniela pregou a criminalização do ensino bíblico a respeito desses assuntos.

“Eles já não escondem que nós, cristãos, somos os inimigos deles. Querem controlar nossos filhos, desfazer o conceito de família e por fim, nos proibir de exercer a nossa crença. É por isso que o PL 2630 é tão importante para Lula, Alexandre e toda a grande mídia. Precisamos nos unir para que essa desgraça não se abata sobre nosso país”, reagiu Magno Malta.

Malafaia, por sua vez, foi enfático ao acusar a emissora da jornalista de atacar a fé cristã: “A CNN OFENDE A FÉ DE MILHÕES DE CRISTÃOS! Querem censurar as redes sociais, mas eles, tem a liberdade de caluniar, difamar e produzir a fake news que bem entenderem. VERGONHA ABSOLUTA!”.

Daniela comenta

Só após a repercussão negativa envolvendo a sua fala, Daniela Lima veio a público através das redes sociais para se explicar. A apresentadora buscou se justificar, afirmando que a sua intenção foi se referir a quem cita “alguns” versículos do Antigo Testamento “ao pé da letra”.

Isto é, em outras palavras, sem extrair deles o sentido moral do ensinamento, que é a forma correta de entender o texto do Antigo Testamento à luz do Novo, onde a graça imerecida de Deus foi revelada através de Jesus Cristo, trazendo salvação aos arrependidos por seus pecados.

“E o que faz a extrema direita quando algo q eles não querem ganha proporção? Recorta um trecho, tira o contexto, e joga pra turba do ódio. Sim, se vc defender ao pé da letra ALGUNS trechos da Bíblia no meio da rua, pode incorrer em crime. Exemplos abaixo. Tudo do livro de Êxodo”, escreveu a jornalista no Twitter. Assista:

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