Nísia tenta explicar religiões afro como promotoras de saúde e não consegue
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados ouviu a ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta quarta-feira (9), exigindo esclarecimentos sobre diversos assuntos.
A deputada federal Priscila Costa (PL-CE) aproveitou a presença de Nísia para questioná-la sobre a resolução 715 do Conselho Nacional de Saúde que versa sobre a legalização da maconha, a legalização do aborto, defende a terapia de mudança de sexo a partir de 14 anos e também reconhece religiões afro como “complementares ao SUS” na promoção de saúde e cura.
Ao longo de sua participação na sessão, a ministra se colocou como defensora da ciência e da tecnicidade das decisões de sua pasta. Por isso, Priscila pediu para que a ministra explicasse se existe alguma pesquisa científica que ateste a eficiência das religiões de matriz africana para ser reconhecida no documento em detrimento das demais religiões.
Em sua resposta, Nísia não falou de assuntos técnicos, nem apresentou os motivos que fizeram a resolução fazer tal reconhecimento.
– Meu respeito a todas as religiões também se volta para as religiões de matriz africana, que são religiões que têm uma outra cosmologia, que define uma relação entre homem e natureza. Como eu disse, eu acredito que há muitos caminhos para chegar a Deus, as sociedades são diversas – declarou a ministra.
Nísia seguiu dizendo que tem procurado líderes de todas as religiões para trabalhos de promoção de saúde, citando principalmente os pedidos para que esses representantes auxiliem o governo nas campanhas de vacinação.
– A promoção da saúde pode ser feita por todos nós, independentemente de sermos profissionais [da saúde]. Esse é o primeiro ponto. Eu tenho procurado todas as lideranças religiosas para se emanarem comigo na campanha de vacinação. Defendo a separação de religião e Estado, mas tenho essa visão de respeito – disse.
Ainda de acordo com a ministra, todas as resoluções homologadas servem para apreciação dos órgãos competentes. No caso da resolução 715, a homologação serve para reconhecer a Conferência Nacional de Saúde e para que esses assuntos sejam analisados pelo governo.
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