MTI111. Budapest (Hungary), 08/07/2017.- Revelers gather for the start of the Gay Pride March at the 22nd Budapest Pride LGBTQ Festival in Budapest, Hungary, 08 July 2017. The annual event aims to raise awareness and campaign for equality on LGBT issues. (Hungría) EFE/EPA/Zoltan Mathe HUNGARY OUT[HUNGARY OUT]

Hungria proíbe eventos LGBT e agora reconhece só dois gêneros

O Parlamento da Hungria aprovou nesta segunda-feira (14) uma reforma na Constituição que restringe a atuação de grupos LGBT+. A proposta do governo proíbe eventos públicos da comunidade, como a Parada do Orgulho de Budapeste. A mudança também determina a partir de agora o reconhecimento de apenas dois gêneros perante a lei: masculino e feminino.

A emenda foi aprovada pelo Parlamento – onde a coalizão do governo tem ampla maioria – com 140 votos a favor e 21 contra. É a mais recente de uma série de medidas do primeiro-ministro Viktor Orbán para mobilizar a sua base conservadora. Ao comentar a medida, o primeiro-ministro disse que “a rede internacional de gênero deve tirar as mãos” das crianças húngaras.

– Agora, com a mudança na América, os ventos mudaram a nosso favor – acrescentou, referindo-se ao retorno de Donald Trump, de quem é aliado, como presidente dos Estados Unidos.

Espelhando um decreto assinado por Trump, a Constituição da Hungria vai especificar que uma pessoa é “ou homem ou mulher”, estabelecendo apenas dois gêneros. A reforma estabelece ainda que os direitos das crianças ao desenvolvimento moral, físico e espiritual prevalecem sobre praticamente todos os outros direitos, inclusive o de livre reunião.

A emenda consolida, na prática, a lei que proíbe eventos públicos da comunidade LGBT+, aprovada no mês passado em nome da proteção da infância. A lei também passou a permitir que as autoridades usem ferramentas de reconhecimento facial para identificar pessoas que participam de eventos proibidos, como a Parada do Orgulho LGBT+ de Budapeste.

O governo Viktor Orbán tem tomado medidas a relação a temáticas LGBT+ nos últimos anos, apontando que seria necessário proteger as crianças da “ideologia woke” ou “loucura de gênero”. Entre outras coisas, a Hungria havia proibido o casamento e adoção por casais do mesmo sexo.

*AE

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