
Projeção aponta empate entre católicos e evangélicos em 2049
O demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, pesquisador aposentado do IBGE, publicou nesta quarta-feira (18), na Folha de S.Paulo, uma nova projeção sobre a transição religiosa no Brasil com base nos dados do Censo Demográfico 2022.
Segundo ele, se o ritmo de mudança entre os dois últimos censos continuar, em 2049, o Brasil poderá ter 38,6% de evangélicos e 38% de católicos. Pessoas sem religião seriam 12,5%, e outras crenças somariam 10,9%.
Eustáquio destacou que a estimativa anterior indicava que os evangélicos ultrapassariam os católicos já em 2032. Mas, como o crescimento evangélico foi menor do que o previsto, o cenário mudou: em 2049 o Brasil poderá ter 38,6% de evangélicos, 38% de católicos, 12,5% de pessoas sem religião e 10,9% pertencentes a outras tradições religiosas.
– Não se trata de um vaticínio, mas apenas de uma projeção de referência útil para quem deseja compreender o que poderia ocorrer caso a variação observada entre os últimos dois censos se mantenha constante – explicou.
O pesquisador ainda colocou algumas dúvidas no novo método do IBGE. A primeira delas por não saber se a baixa cobertura censal impactou os resultados finais. Outro ponto é que o Censo não contabilizou crianças entre 0 e 9 anos de idade, o que pode gerar diferença justamente entre os evangélicos.
E não tem só isso, ele falou ainda sobre o IBGE não ter divulgado os dados desagregados por denominação religiosa. Segundo José Eustáquio, isso “levanta a possibilidade de problemas na classificação e categorização das diferentes filiações religiosas”.
Na análise, Estáquio explica que a mudança religiosa no Brasil tem sido movida por três fatores sociais: transformações econômicas e institucionais, urbanização acelerada e a transição demográfica, com queda da fecundidade e aumento da expectativa de vida.