Damares Alves: “Debate sobre ideologia de gênero deve ficar na universidade”

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, a advogada e pastora evangélica Damares Alves, defendeu que o debate sobre gênero se restrinja ao âmbito das universidades, e não seja introduzido no ensino infantil. Para ela, a escola no Brasil tem promovido uma grande confusão na cabeça das crianças, ignorando a identidade biológica delas. “Vamos deixar as crianças em paz, gente. Vamos deixar a criança ser criança em sala de aula. Quer fazer a discussão? Vamos fazer lá em cima na academia”, disse. “O menino é o que ele vê. Ele olha para o corpo e está vendo corpo de menino. E a escola está dizendo que não é menino, para esperar e ver o que ele quer ser”, criticou, enfatizando haver uma doutrinação não combinada com a família da criança.

Damares disse que não será enviado nenhum projeto ao Congresso para conter o que chamou de “doutrinação ideológica” e que nada será imposto, mas que o governo Bolsonaro vai trabalhar para conter exageros, combatendo o preconceito, mas “sem confundir as crianças” com uma “teoria sem comprovação científica”. A ministra foi entrevistada por jornalistas do canal GloboNews na noite desta quinta-feira (3), horas depois de se ver em meio a uma polêmica ao dizer, em vídeo que circula pela internet, que meninos devem se vestir de azul e as meninas, de rosa.

uestionada sobre como o país proporcionaria tal assistência se ainda não consegue oferecer o básico, como no caso da saúde, a ministra afirmou que Bolsonaro irá fazer uma “revolução” na área, melhorando o atendimento básico, mas sem se omitir com relação ao “enfraquecimento dos vínculos familiares”. “Acreditamos que família é base da sociedade e tem que ser protegida. Família protegida é nação soberana, sem interferência do Estado, mas o Estado podendo proporcionar políticas públicas de fortalecimento dos vínculos.”

A ministra foi perguntada se o novo governo não estaria, diante de tudo o que já foi proposto, se propondo a substituir uma ideologia por outra, com um perfil muito religioso. “Temos uma ideologia que é da proteção da família, mas não estamos impondo. Se o papai e a mamãe quiserem vestir a criança de colorido, vistam. A crianças pertencem à família, e isso o Estado vai respeitar. Queremos oferecer uma outra perspectiva. Ali atrás, [a escola dizia] ‘não chame [a menina] de princesa’. Estamos dizendo: ‘pode chamar de princesa também’.” Damares Alves também disse que, apesar de a demarcação de terras indígenas ter sido retirada por Bolsonaro da Funai (Fundação Nacional do Índio), sob a alçada dos Direitos Humanos, para ser destinada ao Ministério da Agricultura, a palavra final sobre a questão será dada por um conselho interministerial, do qual farão parte ministros como os da Justiça, Casa Civil, Agricultura e o dela própria, de Direitos Humanos.

FONTE: UOL

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