Michel Temer é preso pela força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro

O ex-presidente Michel Temer foi preso em São Paulo na manhã desta quinta-feira (21) pela força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro. Os agentes também prenderam o ex-ministro Moreira Franco no Rio. A PF cumpre mais 10 mandados de prisão, entre eles contra o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer.

Temer foi abordado por policiais federais na rua, em São Paulo. Desde quarta-feira (20), a PF tentava rastrear e confirmar a localização de Temer, sem ter sucesso. Por isso, a operação prevista para as primeiras horas da manhã desta quinta-feira atrasou. A PF estava na porta da casa de Temer e, ao perceber a saída de um carro do local, seguiu o veículo e efetuou a prisão.

Preso, Temer foi levado para o Aeroporto de Guarulhos, onde vai embarcar em um voo e será levado ao Rio de Janeiro em um avião da Polícia Federal. O ex-presidente deve fazer exame de corpo de delito do IML em um local reservado e não deve ser levado à sede da PF de São Paulo, na Lapa.

Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro. A prisão de Temer é preventiva.

Ao todo são dez mandados de prisão: duas temporárias e oito preventivas. Agentes também cumprem 26 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e no Distrito Federal.

Michel Temer (PMDB) foi o 37º presidente da República do Brasil. Ele assumiu o cargo em 31 de agosto de 2016, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, e encerrou o mandato em dezembro do ano passado.

Temer foi eleito vice-presidente na chapa de Dilma por duas vezes consecutivas, e chegou a ser o coordenador político da presidente, mas os dois se distanciaram logo no começo do segundo mandato.

Michel Temer é formado em direito e começou a carreira pública na década de 1960, quando assumiu cargos no governo estadual de São Paulo. Na década de 1980, ao final da ditadura militar, foi deputado constituinte e, alguns anos depois, foi eleito deputado federal quatro vezes seguidas. Chegou a ser presidente do PMDB por 15 anos.

O ex-presidente Michel Temer responde a dez inquéritos. Cinco deles tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), pois foram abertos no perído em que o emedebista era presidente da República e foram encaminhados à primeira instância depois que ele deixou o cargo. Os outros cinco foram autorizados pelo ministro Luís Roberto Barroso em 2019, quando Temer já não tinha mais foro privilegiado. Por isso, assim que deu a autorização, o ministro enviou os inquéritos para a primeira instância.

Entre outras investigações, Temer é um dos alvos da Lava Jato do Rio. O caso, que está com o juiz Marcelo Bretas, trata das denúncias do delator José Antunes Sobrinho, dono da Engevix. O empresário disse à Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do presidente Michel Temer. A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de Angra 3.

Quem Bretas mandou prender

– Michel Miguel Elias Temer Lulia, ex-presidente – prisão preventiva
– João Batista Lima Filho (coronel Lima), amigo de Temer e dono da Argeplan – prisão preventiva
– Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear – prisão preventiva
– Wellington Moreira Franco, ex-ministro do governo Temer – prisão preventiva
– Maria Rita Fratezi, arquiteta e mulher do coronel Lima – prisão preventiva
– Carlos Alberto Costa, sócio do coronel Lima na Argeplan – prisão preventiva
– Carlos Alberto Costa Filho, diretor da Argeplan e filho de Carlos Alberto Costa – prisão preventiva
– Vanderlei de Natale, sócio da Construbase – prisão preventiva
– Ana Cristina da Silva Toniolo – prisão preventiva
– Carlos Alberto Montenegro Gallo – prisão preventiva
– Rodrigo Castro Alves Neves – prisão temporária
– Carlos Jorge Zimmermann – prisão temporária

Com informações do G1

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