Governo do Tocantins viabiliza estruturação de laboratório científico na região sul do Estado

Vários laboratórios de instituições de ensino do Estado têm sido estruturados com equipamentos modernos de alta qualidade como é o caso da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Câmpus Gurupi, que desenvolve o projeto de pesquisa de fitoterápicos a partir do cultivo de plantas do Cerrado (Fitotec). O trabalho é resultado do apoio do Governo do Tocantins, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), com convênio do Governo Federal.

Segundo a coordenadora do projeto, professora doutora em Produção Vegetal, Susana Cristine Siebeneichler, da UFT, Câmpus Gurupi, o estudo tem grande relevância. “Pesquisas como essas são de fundamental importância para a ampliação do conhecimento sobre a biodiversidade e valorização das espécies vegetais do nosso Estado, favorece a descoberta de plantas com potencial terapêutico que possibilita o desenvolvimento socioeconômico regional por meio do cultivo e manufatura”, explica.

O projeto objetiva o estudo fotoquímico de espécies do Cerrado tocantinense como da planta “Vergateza”, muito usada popularmente como afrodisíaca. Mas o desafio das pesquisadoras é a descoberta de outras propriedades medicinais para fins terapêuticos, visando futuramente o cultivo, a transferência de tecnologia para a comunidade após a comprovação científica. A escolha da planta é resultado de uma seleção de plantas medicinais usadas pela população de Gurupi. Desta forma, o estudo possibilitou a descoberta de 10 substâncias químicas, sendo que de uma delas a estrutura química foi identificada e relatada pela primeira vez na literatura científica.

Para uma das pesquisadoras do projeto de fitoterápicos, professora doutora em Química, Juliana Cristina Holzbach, o apoio do Governo do Tocantins, por meio da Fapt/Finep é imprescindível. “O projeto contribui para o conhecimento sobre a composição química de espécies do Cerrado, inclusive com a descoberta de novas moléculas, que poderão, por meio das avaliações biológicas, resultar no desenvolvimento de novos fitoterápicos. O cultivo e a transferência de tecnologias para as comunidades poderão resultar no desenvolvimento socioeconômico regional”, relata.  

Equipe

O projeto de pesquisa científica em curso, conta com a participação de pesquisadores com doutorado em produção vegetal, mestrado e doutorado em química, além de graduandos em agronomia e química. Para o estudante do 5º período do Curso de Química da UFT, Allef Barbosa, que participa ativamente do projeto, “as aulas no laboratório contribuem com o desempenho das disciplinas, favorece um valoroso conhecimento prático, além de me incentivar a ser professor universitário da grade federal pois o contato com os pesquisadores me inspira”, ressalta.

Estruturação do laboratório científico

Os governos federal e estadual, por meio da Fapt, tem contribuído com a estruturação do laboratório de Química da UFT durante mais de 10 anos. Um investimento que soma quase R$ 500 mil só para esse laboratório especificamente. A aquisição mais importante do projeto Fitotec foi um High performance liquid chromatography (HPLC) que necessita de água ultrapura para o funcionamento e análises químicas, recentemente entregue a instituição. O equipamento traz eficiência e agilidade para o HPLC nas pesquisas sobre a composição química de plantas utilizadas como medicinais pela população.

O trabalho já soma 12 anos de existência, ou seja, iniciou em dezembro de 2008 e tem previsão para ser concluído em 2020. A verba total é oriunda do convênio Estruturante firmado entre a Fapt com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Universidade Federal do Tocantins.

“Estamos nos empenhando para contribuir com a finalização desses projetos científicos que conta com o convênio Estruturante, pois acreditamos que trarão benefícios à comunidade de um modo geral, além de descobertas inovadoras e práticas laboratoriais aos estudantes envolvidos nas pesquisas e a todos os acadêmicos que usam os laboratórios, pois os investimentos tecnológicos são modernos e de qualidade”, explica o Gerente de Fomento de Pesquisa e chefe de gabinete da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), Gilberto Santos que recentemente fez a entrega do equipamento aos pesquisadores.

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