![](https://dgospel.com.br/portal/wp-content/uploads/2023/01/000-3-650x360.jpg)
‘Musa do lockdown’, primeira-ministra de esquerda da Nova Zelândia renuncia
Autora de um dos lockdowns mais rígidos em países democráticos durante a pandemia de covid-19, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou que irá renunciar ao cargo nos próximos dias. Em mensagem nesta quinta-feira, 19 (noite da quarta-feira, no horário de Brasília), exibida pela TV neozelandesa, Jacinda disse que não vai se candidatar à reeleição e que deverá renunciar até o começo de fevereiro.
Ela não explicou os motivos que levaram à decisão, mas disse que “não tem mais combustível para seguir na carreira”, e afirmou que acredita na vitória do Partido Trabalhista, sua legenda, nas próximas eleições, em outubro.
“Eu sei que haverá muita discussão após esta decisão sobre qual foi o chamado motivo ‘real’. O único ângulo interessante que você encontrará é que, depois de enfrentar seis anos de grandes desafios, eu sou humana. Os políticos são humanos. Damos tudo o que podemos, pelo tempo que pudermos, e então é a hora. E, para mim, é a hora”, disse Jacinda, de 42 anos.
Há pouco mais de um mês, foi instaurada na Nova Zelândia uma Comissão Real de Inquérito, o mais alto grau de investigação do país, para analisar como o país governado por Jacinda desde 2017 lidou com a pandemia.
Com duros confinamentos, a Nova Zelândia registrou apenas 19 mil casos e 53 mortes até fevereiro de 2022. Porém, os números dispararam. No começo de dezembro, quando a comissão foi instaurada, já eram quase 2 milhões de casos e mais de 2,2 mil mortes.
Esquerdista e defensora de amplas políticas ambientais, ela foi reeleita em 2020 e nos últimos meses também travou uma briga com os agricultores neozelandeses ao anunciar um imposto para os gases naturais de bois e carneiros.
Segundo ela, no comunicado, apesar de sua renúncia ao cargo de primeira-ministra, “as questões que mais afetam os neozelandeses continuarão sendo o foco do governo durante este ano e nas eleições”.
Com a renúncia, Jacinda deixará o cargo de líder do Partido Trabalhista até o dia 7 de fevereiro, mas continuará com a vaga de deputada até outubro, quando serão realizadas as eleições parlamentares. O partido deverá decidir, nos próximos dias, quem presidirá a legenda e será, portanto, o novo primeiro-ministro.