Israel rebaixa laços com o Brasil após o governo Lula rejeitar novo embaixador israelense

O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que os laços diplomáticos com o Brasil foram reduzidos a um “nível baixo”, após o governo Lula rejeitar a nomeação de Gali Dagan como novo embaixador israelense, levando Israel a retirar oficialmente sua indicação.

“Após o Brasil, de forma incomum, ter deixado de responder ao pedido de agrément do embaixador Dagan, Israel retirou a solicitação, e as relações entre os dois países passaram a ser conduzidas em um nível diplomático inferior”, declarou o órgão diplomático israelense.

O Ministério também destacou que a a “linha crítica e hostil que o Brasil tem demonstrado em relação a Israel” se agravou desde o início da guerra provocada pelo ataque terrorista do Hamas em 2023, sendo ainda mais “intensificada” pelas declarações feitas ao longo do conflito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro da Defesa, Israel Katz, usou a plataforma X (antigo Twitter) para criticar publicamente a postura do presidente brasileiro.

“Como Ministro da Defesa de Israel, afirmo: saberemos nos defender contra o eixo do mal do islamismo radical, mesmo sem a ajuda de Lula e seus aliados.”

https://x.com/Israel_katz/status/1960288680553120074?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1960288680553120074%7Ctwgr%5Efbe5be273ff3c9adae26c6fca644d0fae8f43293%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fguiame.com.br%2Fgospel%2Fisrael%2Fisrael-rebaixa-lacos-com-o-brasil-apos-pais-rejeitar-novo-embaixador-israelense.html

“Vergonha para o maravilhoso povo brasileiro e para os muitos amigos de Israel no Brasil que este seja o seu presidente. Dias melhores ainda virão para a relação entre nossos países.”

Declínio da relação Brasil-Israel

Lula foi declarado “persona non grata” por Israel após acusar o país de cometer genocídio em Gaza, utilizando referências ao Holocausto para sustentar sua afirmação.

Na época, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu criticou os comentários de Lula como “vergonhosos… Isso é uma forma de banalizar o Holocausto e tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender”.

O Brasil também se uniu à África do Sul no processo movido contra Israel na Corte Internacional de Justiça, em Haia, reforçando as acusações de genocídio feitas pelo presidente Lula.

Em julho, o Brasil anunciou sua saída da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, organização da qual era membro observador desde 2021.

Como membro do BRICS, o Brasil mantém relações diplomáticas com o Irã, apesar dos ataques promovidos pelo regime iraniano contra o Estado de Israel, incluindo ações contra civis, e de seu extenso histórico de violações dos direitos humanos.

Desde que retirou seu último embaixador no ano passado, o Brasil permanece sem representação diplomática em Israel.

Em contrapartida, o Parlamento brasileiro aprofundou, em dezembro de 2024, seus laços legislativos com Israel, em uma reação direta à política externa do presidente do Brasil.

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