Quantidade de ataques a nomes da direita chama a atenção

Nos últimos anos, uma sequência de atentados, assassinatos e tentativas de homicídio envolvendo lideranças políticas e nomes da direita passou a chamar a atenção no Brasil e no mundo. Episódios que antes pareciam apenas fatos isolados, agora se acumulam numa linha do tempo marcada por violência política.

De candidatos latino-americanos a comentaristas e até o próprio presidente dos Estados Unidos, esses ataques atingem personalidades que ocupam ou ocuparam espaços de destaque na direita. Em comum, há o fato de que quase todos ocorreram em ambientes públicos, durante eventos, discursos ou campanhas, num contexto de alta polarização política.

O fenômeno acende alertas em diferentes democracias sobre segurança de figuras públicas, radicalização de discursos e riscos de violência motivada por ideologia. Casos recentes, como o assassinato do pré-candidato a presidente da Colômbia Miguel Uribe Turbay e a morte do comentarista americano Charlie Kirk, confirmam que esse tipo de violência não está restrito a uma região ou a um país.

Veja os principais episódios envolvendo essas personalidades:

JAIR BOLSONARO

Jair Bolsonaro, logo após ser esfaqueado em Juiz de Fora, em 2018 Foto: Fabio Motta/Estadão

O ex-presidente do Brasil foi vítima de um atentado durante a campanha eleitoral de 2018, quando ainda era candidato ao cargo mais alto do Executivo brasileiro. Em 6 de setembro daquele ano, enquanto era carregado por apoiadores em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro levou uma facada no abdômen desferida por Adélio Bispo de Oliveira.

O ataque, que quase lhe custou a vida, mudou o curso não somente daquela campanha, mas também da própria vida do líder conservador. Desde então, Bolsonaro já precisou passar por várias cirurgias e ficou com sequelas permanentes no aparelho digestivo, que com frequência geram a ele problemas de saúde. Adélio, por sua vez, foi considerado inimputável e cumpre medida de segurança.

SHINZO ABE

Ex-primeiro ministro japonês, Shinzo Abe Foto: EFE/ JIJI PRESS

Ex-primeiro-ministro do Japão e figura central da ala conservadora do Partido Liberal Democrata, Abe foi assassinado em 8 de julho de 2022 durante um discurso em Nara. O atirador, Tetsuya Yamagami, usou uma arma artesanal. Primeiro-ministro japonês entre 2006 e 2007, e depois entre 2012 e 2020, Abe foi o premiê mais longevo do país. O crime abalou o país e gerou forte comoção internacional.

DONALD TRUMP

Donald Trump sendo retirado de comício após atentado Foto: EFE/EPA/DAVID MAXWELL

O presidente americano sofreu três tentativas de assassinato em 2024 durante a campanha presidencial que culminou em seu retorno à Casa Branca. Em 13 de julho do ano passado, ele foi atingido de raspão na orelha durante um comício em Butler, Pensilvânia. O atirador, Thomas Matthew Crooks, fez vários disparos de um telhado antes de ser morto por um sniper do Serviço Secreto.

Em 15 de setembro, um homem identificado como Ryan Wesley Routh foi preso após a segurança de Trump visualizar o que parecia ser um fuzil em um arbusto perto do clube de golfe onde o republicano estava, em West Palm Beach, na Flórida. Na ocasião, a equipe de Trump respondeu com tiros, mas o homem fugiu, sendo capturado minutos depois em uma blitz. Perto do campo, os agentes acharam um fuzil AK-47 e uma GoPro.

Já em 12 de outubro, autoridades da Califórnia afirmaram ter impedido um terceiro atentado contra o republicano durante um comício em Coachella. O suspeito, identificado como Vem Miller, foi detido muito próximo ao palco, a bordo de uma SUV, armado com um revólver e um carregador de alta capacidade.

MIGUEL URIBE

Miguel Uribe Turbay Foto: EFE/ Carlos Ortega ARCHIVO

Senador e pré-candidato à Presidência da Colômbia, Miguel Uribe Turbay morreu em 11 de agosto deste ano após ficar mais de dois meses internado. Ele havia sido baleado na cabeça em Bogotá, em 7 de junho. O atentado chocou a opinião pública colombiana, marcada por um histórico de violência política.

Um adolescente de 15 anos foi preso acusado de disparar contra Uribe. O caso teve repercussão até nos Estados Unidos, onde autoridades americanas responsabilizaram a “retórica” do governo de Gustavo Petro pela escalada da violência. Petro, por sua vez, condenou o uso político do atentado e insinuou que a ação pode ter sido orquestrada para desestabilizar seu governo.

FERNANDO VILLAVICENCIO

Fernando Villavicencio Foto: EFE/ José Jácome /ARCHIVO

Candidato à Presidência do Equador em 2023 e jornalista investigativo, Villavicencio foi morto com três tiros na cabeça em 9 de agosto daquele ano, em Quito, logo após um comício. Seu assassinato, que aconteceu menos de duas semanas antes das eleições daquele ano, intensificou o clima de insegurança no país e marcou a campanha eleitoral.

CHARLIE KIRK

Charlie Kirk Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Fundador da Turning Point USA em 2012 e um dos comentaristas conservadores mais conhecidos dos EUA, Kirk morreu baleado com um tiro na jugular em 10 de setembro de 2025 durante um evento na Universidade de Utah Valley. A morte foi confirmada pelo presidente Donald Trump em postagem no Truth Social, na qual exaltou a trajetória do aliado e enviou condolências à esposa e à família.

Kirk havia se tornado um dos símbolos do conservadorismo juvenil nos Estados Unidos, sendo próximo de Trump e presença constante em programas de TV e podcasts. Ele também apresentava o popular podcast The Charlie Kirk Show e era autor de três livros.

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