Brasil entra em 2026 sob risco real de recorde de falências empresariais

Com juros ainda elevadoscrédito mais restritivo e incerteza política contaminando expectativas, o Brasil pode iniciar 2026 em um ambiente francamente hostil para as empresas, sobretudo pequenas e médias, mais dependentes de capital de giro e renegociação permanente com bancos e fornecedores.

Analistas descrevem o cenário como uma combinação perigosa. A economia pode até continuar girando, mas o custo financeiro elevado e as margens comprimidas ampliam a pressão sobre o caixa. Nesse contexto, qualquer choque — atraso de recebíveis, queda de vendas ou aumento de insumos — deixa de ser ruído conjuntural e passa a representar risco concreto de ruptura.

Na prática, juros altos encarecem o financiamento, desestimulam investimentos e ampliam o peso das dívidas existentes, especialmente para empresas que precisam rolar passivos em condições cada vez mais duras. Ao mesmo tempo, o crédito seletivo leva bancos e fundos a elevar exigências, pedir mais garantias e encurtar prazos, reduzindo o fôlego financeiro das companhias.

volatilidade política atua como fator adicional de pressão. Em ambientes instáveis, o prêmio de risco sobe, a previsibilidade cai e o crédito encolhe. Para o empresário, isso se traduz em menos acesso a capital, maior dificuldade para alongar dívidas e um terreno cada vez mais fértil para recuperações judiciais e falências.

efeito dominó já começa a aparecer na cadeia produtiva. Empresas apertadas atrasam pagamentos, fornecedores endurecem condições e a inadimplência se espalha. Se 2026 confirmar essa tendência, o recado é claro: sobreviver não dependerá apenas de vender, mas de gestão de caixa rigorosagovernança sólida e estrutura de dívida compatível com o novo custo do dinheiro.

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